quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Convívio social Vs Alimentação saudável



Mês de Agosto é um mês tendencialmente dado a convívios.
No meu caso em específico tenho bastante família que vem do estrangeiro para passar cá férias, e como bons portugueses que somos, reunimos quase inevitavelmente sempre à volta da mesa, por onde desfilam as entradas, o prato (ou pratos) principais, o vinho, sumos, pão de vários tipos e as incontornáveis sobremesas. Isto durante horas, em que há sempre algum tipo de alimento disponível na mesa, e mesmo depois de saciados, existe sempre a tentação de ir ''petiscando''.

Reconhecem-se neste cenário?

Imagino que muitos de vós sim e que até possa ser uma fonte de stress caso tenham adotado hábitos saudáveis recentemente e estejam na cruzada de lutar por perder peso ou chegarem à melhor forma física de sempre.

Antes de mais: Recusar estar socialmente só e apenas por causa da questão da comida, a meu ver não é uma decisão que considere saudável. Um estilo de vida fitness implica fazer escolhas no que toca à alimentação, mas passa também (na minha perspetiva) por nos sentirmos bem não só fisicamente, mas também interiormente, e se o nosso grupo familiar ou de amigos é importante, não faz sentido fugir como o diabo foge da cruz dessas reuniões.

Então como ultrapassar a questão?

Deixo aqui as minhas sugestões.

1) Fazer uma escolha consciente do que colocar no prato, de entre a oferta existente.

Bem, esta parece-me a escolha mais meio termo, a que oferece um compromisso equilibrado entre os nossos objetivos e a família/amigos. Dou-vos um exemplo recente: Sábado houve reunião familiar ao jantar. Para a refeição tinha-se encomendado churrasco (frango, salchichas frescas, costelinha), arroz, batatas fritas e em casa fez-se salada de tomate biológico. A sobremesa havia melão e gelado.

O que comi: frango + um cantinho pequeno de costela + salada + um pedacinho pequeno de pão escuro. Arroz não comi porque era feito fora e tinha ar de quem tinha sido feito com óleo, batatas fritas nem lhes toquei. Como era jantar também os carbos não me faziam falta mediante os meus objetivos.
Mesmo assim permiti-me comer um pedacinho de pão e no fim tirar uma colher de sopa de gelado (isto porque ainda nem tinha provado gelados este ano, não tenho comido doces nenhuns e porque aí está, foi uma exceção).
Se a comida tinha sal quando eu em casa não uso? Sim, mas é uma concessão que para mim é possível fazer, pois no dia seguinte volto à minha rotina alimentar de sempre.

2) Levar a nossa marmita de casa.

Para quem sabe de antemão que não terá força de vontade suficiente para na hora de colocar comida no prato fazer as escolhas mais saudáveis em prol daquilo que sabe melhor, ou para quem uma mera refeição pode fazer toda a diferença no resultado, levar de casa a marmita é uma opção a considerar.

Logicamente que haverá sempre a mãe, a tia ou a avó a dizer ''o quê, não vais comer esta comidinha tão boa!'' ou ''para quê tanta obsessão , deixa lá isso, é só hoje'', ou aquele primo a enviar olhares de soslaio como se fossem um alien por estarem a comer peito de frango grelhado com batatas doces,  mas a verdade é que só o fazem porque não compreendem verdadeiramente o vosso estilo de vida. Explicando com calma certamente compreenderão, ou se não compreenderem, quando muito, deverão respeitar. Afinal, o que importa é o convívio e não tanto aquilo ou o quanto comemos, certo?


3) Usar essa refeição como cheatmeal

Caso façam cheat meal programada, usem essa refeição como refeição livre, por exemplo, e no dia em que supostamente a costumariam fazer, comem limpo, fazendo dessa forma a devida compensação.

4) Caso tenham confiança com quem organiza o convívio, peçam para fazer pequenos ajustes ou até mesmo preparar algo específico que se adeque às vossas opções alimentares.

Ainda há bem pouco tempo os meus pais convidaram-nos para uma sardinhada lá em casa. E então pedi para que as nossas (minhas e do marido) fossem assadas sem adição de sal... Para eles não lhes causava transtorno algum e para mim foram umas gramas de sal que evitei meter ao organismo.


Não se esqueçam que de nada vai adiantar comerem desalmadamente e sem parcimónia e no dia seguinte andarem a sumos detox e passarem 3 horas a correr na passadeira, em jeito de tentar remediar a situação.

Devemos olhar primeiramente para a comida como combustível que é, e caso na hora se sintam vacilar, pensem: nunca ninguém disse ''hoje arrependi-me de comer saudável'', mas por outro lado quantas não dirão ''hoje arrependi-me de tantos excessos''.






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